domingo, 26 de setembro de 2010

Amor cego



Tornaste-me uma princesa… Mostras-te a todos o que eu era para ti… fizeste-te príncipe e também o mostras-te a todos…
E agora… O que querias verdadeiramente em cada um destes momentos? Sinceramente não sei, nem sei se um dia o saberei… Vou acreditar sempre no que me dizes, porque dizes sempre o que eu gosto de ouvir, e não falhas uma única vez, acertas sempre, sempre sempre…
Ás vezes não sei se acredito no que dizes por ser mesmo a verdade ou se só acredito porque preciso de acreditar, porque vivo das tuas palavras, porque necessito de palavras vindas de ti… preciso disto para ter uma vida feliz, num mundo onde já ninguém sabe o que é amar, como se amar fosse para quem quer… Ridículo! Amar não é para todos. Amar, só eu e tu amamos, os outros têm apenas uma espécie de amor… eles podem pensar o mesmo de nós, mas é óbvio que o amor foi feito para nós os dois.
Estás a um passo da perfeição e isso faz com que nunca duvide das tuas palavras e nunca confiarei nas palavras de outra pessoa a não seres tu…
Por fim peço-te… Não te aproveites desta minha fraqueza. O meu amor é cego e continuará a ser enquanto fores um príncipe… <3

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aquele Adeus...


Esta noite… passei o tempo a escutar-te, dizendo ao meu ouvido “Adeus princesinha” e esta frase… a tua voz… este adeus tão decisivo… não me deixaram adormecer, apenas me fez chorar, chorar agarrada à almofada que é tua… a almofada onde nunca chegaste a dormir, que nem sequer viste, aquela almofada que não te dei. Aquela à qual me abracei para chorar.
Sem ti, sem os teus sorrisos sinceros, sem as nossas coisas e momentos, já não sou uma princesa. Já não sou a princesa que nunca cheguei a ser, já não sou a princesa que tu vias, que construíste e que agora, com a tua voz e com esse adeus tão decisivo, desaparece… sem nunca na realidade ter existido.
E de nós, o que sobrou? Apenas a tua minha almofada, à qual me agarro para chorar, porque “ veneram-me demasiado as coisas que me recordo”.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vida Incompleta

E o dia de amanhã? Irei sentir falta da tua mão para segurar numa caneta, irei sentir falta dos teus olhos para ver o amanhecer, faltara-me a tua boca para comer… Irei sentir falta de qualquer coisa, faltaras-me tu.
Já sinto falta das tuas palavras, por mais que fosse difícil de lê-las, pois as minhas, mesmo legíveis, vão ser sempre fracas e terão sempre o vazio de quem não sabe usar as palavras. Sem ti, serei sempre insuficiente. Porque afinal nós éramos um só, eu fazia parte de ti como tu de mim. Como irei sobreviver sem uma metade de mim? Ou será que era mentira quando dizias que éramos um só?
Dificilmente dormirei sem sentir que és meu, nem sequer sou capaz de imaginar a percorrer-me o resto dos meus dias… Sem saber que estás ali à minha espera, sem saber que vou ver o teu sorriso, sem saber que vais cantar para mim quase em sussurro, sem saber….
And now… Onde estás? Sinto-me triste, preciso de ti para parar de chorar. Lembras-te quando me prometeste que me ias dar um abraço bem apertado cada vez que eu estivesse triste? Pois bem, ainda não senti os teus braços a agarrarem-me.
Estou à espera de te ver ao longe, na mesma rua onde te vi desaparecer… Estou à espera que o teu olhar penetre no meu, estou à espera do sorriso que me davas, para depois poder correr para ti, apertar-te o pescoço, olhar-te nos olhos e dizer-te, como na primeira vez, “Amo-te e quero-te para mim”… Falta saber é se ainda queres ouvir.
Se não o quiseres, não digas nada… Não digas nada que o silêncio possa dizer melhor, amor.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sonhos de Princesa


Um dia, sonhei que era uma princesa e agia como se assim fosse… tinha um sorriso ingénuo e genuíno como todas as crianças… sonhei sem limites, sem complicações, até sonhei acordada.
À medida que os anos foram passando, os sonhos foram morrendo. A cada dia que passa e cada vez que eu choro, percebo que ainda não perdi a minha ingenuidade de criança… e dói bastante! Dar socos na parede não resulta, dói tanto que nem chego a sentir a parede nos dedos que batem contra ela.
Talvez, à medida que vamos crescendo se deixe de sonhar como sonhávamos em crianças… Mas hoje… Hoje voltei a sentir-me uma princesa, tenho dentro de mim a vontade de voltar a sonhar sem limites, sem complicações. Será que estou a ser ingénua novamente?
Não, não quero acreditar nisto. Recuso-me a crescer. Negarei sempre ser uma pessoa adulta, porque os adultos parece que não se lembram de como é bom sorrir, não sabem sonhar, que apenas dizem que não podem ter sonhos porque já são “crescidos”.
Recusar-me-ei a crescer nestas circunstâncias, crescer dói mais que todos os possíveis socos que se dão numa parede.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Era uma vez...


Era uma vez um rapaz e uma rapariga que se conheceram num jardim. Ele queria ler o seu livro descansado e ela, que estava no banco ao lado, não parava de cantar.
O rapaz levantou-se, dirigiu-se a ela e foi pedir-lhe para se comportar, que o que ela estava a fazer não se devia fazer e aconselhou-a de qual a melhor postura a ter. Mas, começou a chover e os dois correram, um para cada lado, para se abrigarem.
Passado uns dias, os dois inconscientemente arranjaram desculpas para se encontrarem, conversarem horas e horas, desejarem-se intensamente…
Mas isto foi porque? Porque foi? Parte da história que não percebi.
Possivelmente se amam. Talvez queiram algo para completar as suas vidas. Ou então talvez ele queira um olhar de uma mulher e ela um olhar de um homem.
Talvez…
Bem, ele queria uma mulher para o fazer sentir vivo quando tudo parecesse estar morto.
E Ela? Ela só queria ter um sorriso nos lábios, uma simplicidade, uma aventura ou um amor.
Ambos queriam coisas diferentes.
Mas a verdade é que ele teve medo e fugiu. Ela ainda lhe puxou o braço. Disse-lhe o que ele queria ouvir, mas porque queria ele ouvir o que ela dizia? Nada o fez regressar, nada fez sentido.
Talvez ele seja louco e ela também seja louca por ainda o ter puxado para o tentar reter.
Ou melhor, talvez sejam todos loucos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os jovens




O mundo é uma surpresa quando se é criança. Tudo é novo, aprendemos as primeiras regras de convívio, brincamos, conhecemos, mexemos, ouvimos, sentimos... Os tempos avançam e o mundo começa a exigir-nos novas atitudes, elevando expectativas quanto ao nosso futuro. É esta pressão social do "ser alguém amanha" a que um jovem está sujeito nesta sociedade de grandes contrastes. Por um lado, somos empurrados no sentido do sucesso, por outro somos bombardeados com a má gestão do país, a fraca economia, a corrupção presente em todos os sectores governamentais, entre muitos outros factores caóticos que assustam qualquer um.
Ser jovem é ser inexperiente segundo os adultos. No entanto isto atribui-lhes uma responsabilidade, que tem vindo a ser esquecida ao longo dos últimos anos. Somos bombardeados com propaganda, com novas formas de nos perdermos, tudo isto engendrado pela "camada experiente", que aposta em números mais do que no valor humano.
Existe uma falta de reconhecimento das nossas capacidades pois os adultos arrogam-se ao direito de chamar a si toda a experiência de vida, esquecendo-se que nós jovens passamos também por muitas dificuldades. Pais alcoólicos ou toxicodependentes, violência doméstica, criminalidade, entre outros problemas que nos colocam numa posição complicada. Estes problemas moldam-nos, imprimindo características por vezes positivas, que fazem de nós pessoas fortes, algo raro no meio de uma população com falta de sentido crítico.
É difícil ser-se aceite por alguém mais velho, que nos toma como imaturos e não é fácil provarmos valor sendo constantemente postos no que acham ser nosso lugar.
Os sonhos morrem cada vez mais cedo e não passam disso mesmo, porque o mundo força-nos a estar presentes, no entanto não está preparado para nós.